Um novo escândalo envolve duas aplicações muito populares no segmento do transporte privado. Os condutores de Uber e Lyft, que operam no aeroporto nacional ronald Reagan de Washington, encontraram a maneira de enganar o algoritmo da aplicação para subir as tarifas que cobram por cada um dos trajetos.

Um grupo de taxistas revelou alguns áudios em que os condutores explicam a forma como funciona a ferramenta. “Eles a chamam de ‘chupacabra’, é uma plataforma paralela, um clone da mesma ‘app’ Uber, que é usado para, automaticamente, alterar o valor da corrida”, explica Hugo Ospina, líder dos taxistas, que afirma que esta aplicação é usado desde há um ano e meio, em Bogotá.

O sistema para enganar o algoritmo é muito simples. Os condutores só têm de desligar simultaneamente seus aplicativos de viagem compartilhado por um ou dois minutos. Desta forma conseguem “enganar” o sistema de que não há motoristas disponíveis, o que automaticamente faz com que um aumento de preços. Então, quando a tarifa é suficientemente alta, eles voltam a acender suas aplicações e continuam a trabalhar com esse preço.

Entre 120 a 150 motoristas reclamaram do pouco que cobram por seu trabalho. “Uber não nos paga o suficiente, o que a empresa está fazendo é defraudar a todas essas pessoas, ficando o 35-40 por cento”, explicou um dos condutores em declarações à cadeia local ABC 7.

Segundo os motoristas, depois de três anos de cortes salariais e decidiram tomar medidas. Quando desativados suas aplicações em determinados momentos, podem ser manipulados artificialmente as aplicações Uber e Lyft e conseguir que marquem tarifas mais altas.

Os motoristas que operam no aeroporto têm informação sobre o horário de chegada dos aviões, de modo que, cinco minutos antes são sincronizados para desligar o dispositivo durante alguns minutos. Assim conseguem-se que a taxa suba de 10 a 19 dólares.

Por sua parte, Uber se defendeu, esta prática polêmica por parte de seus motoristas, garantindo que “trabalhamos para garantir a confiabilidade dos nossos serviços para os nossos passageiros e motoristas. Este comportamento não é generalizado ou permissível na plataforma Uber, e contamos com medidas técnicas de segurança para evitar que isso aconteça”.